Eu passei por essa experiencia no meu segundo ano como uma au pair. Depois de achar minha segunda family que parecia bacana só que tinha um detalhe, já tinha uma outra au pair do Peru morando na casa, a principio, eu achei que seria ótimo já ter alguém na casa e que poderíamos ajudar uma a outra, ainda mais no meu caso que iria mudar de estado, sair de Philadelphia onde eu já tinha a ''vida feita'' e ir para Virginia começar do zero. Mero engano meu, ou muita ingenuidade... O mundo da competição se estende também ao programa de au pair, e isso é mais grave pois você é obrigada a ''viver'' com ele.
Primeiramente, minha ex-host family era do tipo executivos, minha host era vice presidente de uma multinacional, o host trabalhava para o governo, o perfil dos donos da casa eram sair cedo e voltar tarde, cabendo as au pairs a organização da casa.. a responsabilidade era tanta que nós tínhamos o cartão de credito da host para fazer as compras, pagar os funcionários( house cleanning e dog walker). Pois bem, chegando na casa, para variar os hosts não estavam, cabendo a outra au pair fazer as boas vindas, e lógico mostrar como era feito o serviço da casa. Até então tudo parecia normal, afinal alguém tinha que fazer isso, até que ao passar dos dias, eu vi que ela queria assumir o papel da host ausente e começar a me dar ordens, e daí começaram os problemas..
Infelizmente, a maioria dessas intercambistas de países como Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, veem o programa como uma oportunidade de mudar de vida e fazem todo o possível para continuar nele, o que é totalmente plausível considerando que estes países são bem menos desenvolvidos se comparado ao Brasil. Nao vou tirar essa característica das brasileiras que vão para lá, uma grande percentagem sonham em casar com um americano e viver por lá, porém a grande diferença e que as brasileiras não aceitam tudo que as host families impõe, ou trabalham que nem escravas`para serem '' reconhecidas'' por elas.
Entre uma conversa e outra com a peruana ela deixou bem claro o que realmente a preocupava, ela falou que pretendia pedir nossa host para ser sua sponsor para a troca do visto para estudante e que não era para eu pensar em pedir. Sim. Ela mostrou as garrinhas rs. Eu falei que ela não precisava se preocupar pois o programa para mim era só um momento para aprender e que eu não queria viver de au pair para sempre pois no meu país eu também tenho oportunidades de crescimento (Maisoumenosmaisoumenos rs). Ela não levou fé no que eu disse e eu fiquei com os dois pés para trás com ela, afinal, ela estava disposta a tudo para alcançar o sonhado objetivo. Nao demorou muito e ela arranjou um boyfriend em uma balada de chicanos rs, ela tinha 27 anos e arranjou um moleque de 20 para dar o golpe do greencard rs (No termino do programa ela casou) Mesmo assim, vivianos em guerra pois ela queria mandar, eu fazia as coisas do meu jeito e a ignorava completamente. A menina era tao cretina que quando a host ou o host chegava ela queria logo mostrar serviço, trabalhando ou contado que fez isso e aquilo. A vontade que eu tinha era agarrar aquele pescoço. Outro problema era a de dividir o carro, quando a minha host entrou em contato comigo disse que a au pair que ela tinha não dirigia nada, e que ela precisava de alguém que dirigisse bem, o que era meu caso por essa razão eu tinha mais liberdade, e isso começou a incomodá-lá ao ponto dela querer dirigir também, porem tinha um detalhe, ela não sabia.. como eu não podia monopolizar o carro, começou a palhaça de ter que dividir, teve dias que eu tinha que dividir o carro com ela contando com a agenda das amigas dela, era o cúmulo!!
Como podem ver eu não tive uma experiencia boa em relação a ter duas au pairs em uma mesma casa, e neste mesmo ano conheci uma aupair brasileira que também não teve uma boa experiencia neste sentido. É super complicado. Geralmente 70% dos caso não dão certo, o que é uma pena pois uma ap deveria ajudar a outra. Se aparecer uma family para você querendo duas aps pense muito bem pois isso poderá influenciar um ano da sua vida!